O Amapá, desde a década de 20, se caracteriza como um Estado onde podem ser encontrados meios de realização audiovisual, quando seguiu o mesmo caminho dos centros urbanos brasileiros, com a igreja investindo na estruturação de equipamentos e salas de exibição com o intuito de promover as ideias católicas entre a juventude e as famílias da capital Macapá (cine Olímpia).
Na Década de 40 nasce o CineTerritorial, no antigo Território Federal do Amapá, entrando em cena a primeira produção audiovisual realizada propriamente dita no Governo de Janary Nunes (1950), trazendo produtores para rodar seus filmes oficiais institucionais. A mesma estratégia foi adotada na época por empresas públicas e privadas para seu registro de instalação, a exemplo da Eletronorte que registrou a construção da hidrelétrica Coaracy nunes e a Jari Celulose, que registrou a chegada de sua estrutura fluvial naquela época.
Porém, já na década de 60 até a de 70, a sociedade civil começava a se mobilizar para conquistar um pedaço desse importante segmento econômico e de empoderamento cultural, onde se instalaram salas de cinema comercial em Macapá, Santana e Serra do Navio, sendo que o cinema não comercial também ocupa espaço com a criação do primeiro cineclube Humberto Mauro que trazia para exibição os filmes não comerciais dentro da metodologia de discussão cineclubista, além da primeira produção audiovisual não comercial o “CHOPP” 1968 em película super-8mm, apreendida pela ditadura.
Na mesma época entra o parque de transmissão das telecomunicações cobrindo o território nacional com as antenas de repetição. Neste contexto, chegam à cidade as ‘’Caixas Mágicas’’, iniciando a era da televisão. Em 1974, a TV Amapá foi criada e entrou no ar no canal 6, com objetivo de exibir todos os jogos da Copa do Mundo de 74, onde se destacam as produções locais e exibições de documentários dos profissionais da época.
Nos anos 80 foram inauguradas outras Tv´s e as primeiras produtoras de vídeo trazendo equipamentos de filmagem para atender os comerciais de tv, fortalecendo e contribuindo com a economia criativa do Estado.
O quadro público institucional das decisões políticas são importantes para que possamos entender a situação em que viveu a cultura amapaense, especificamente o segmento audiovisual. Na década de 90, todos os órgãos federais responsáveis pela construção da política cultural nacional foram extintos, como o Ministério da Cultura e com eles as instituições de apoio ao audiovisual brasileiro, como a Fundação do cinema brasileiro, Embrafilme e Concine, implicando na desconstrução das políticas de apoio, fomento e regulamentação da cadeia produtiva. O Amapá teve seus prejuízos históricos na mesma década, o aparelho cultural público Cine Teatro Macapá inaugurado em 1990 com a finalidade de sala de exibição de filmes e salão para espetáculos é modificado e passa ser chamado Teatro das Bacabeiras em 1992, e sua finalidade de exibidor foi extinta, e em 1996 foi desativado o Conselho Estadual de Cultura, que tem o papel importante na construção das políticas culturais no Estado desde a constituinte estadual, essas perdas implicaram na estagnação das políticas voltadas aos setores culturais, mas o audiovisual amapaense resistiu e manteve suas iniciativas
Surgiram em 90 as primeiras obras autorais não-publicitárias no Amapá, como o Filme Média-Metragem “Tucuxi”, e em 1997 é lançado o Programa de tv “Realce”, que tinha linha de jornalismo eletrônico voltado para pautas culturais no Estado.
A partir de então começa a reestruturação das políticas do governo federal para a democratização e regionalização dos investimentos públicos para a produção audiovisual. Em 2003 é sancionada a lei do audiovisual, logo depois é criada a Ancine, Condecine, Fundo Setorial do Audiovisual, Secretaria do Audiovisual, Prodav, Departamento de Cinema na Coordenadoria de Cultura do Sesc/AP e a Secretaria Estadual de Cultura do Amapá.
Em 2004, nasce o FIM - Festival Imagem Movimento, de 2006 a 2014 surgem o Univercinema, Museu da Imagem do Som- Mis, cadeira do audiovisual no Conselho Estadual de Cultura, Cinemando na Amazônia, Cine Mairi, Casa Digital, CAFE, Cine Paraíso, Cine Mucajá, Mídia Ninja, Cinejuventude, Clube de Cinema, Mostra de Cinema e Direitos Humanos, Mostra Cinema Pela Verdade, 1 Seminário do Audiovisual-2011, Edital DOC TV edições 2006-2009-2011, edital Etnodoc, Edital Teia Cultural-2008, Edital PRODAV 8-2014, Inventar com a diferença, Corujas, Fora de Rota, Edital Mais Cultura nas Universidades-2015, Edital Prêmio Mídia Livre-2015, Prêmio de Ensino Inovador 2015 e o Edital da Expofeira 2015.
Em uma década 00/10 o audiovisual conquistou cursos de nível superior, como jornalismo - Unifap, Publicidade e Propaganda - Seama, Artes Visuais - Unifap, Jornalismo - Unifap e Desing - UEAP, além dos cursos de iniciação técnica no CANNE, Sesc e outras oficinas realizadas pelo segmento e instituições parceiras.
Audiovisual amapaense foi um grande articulador de recursos de suas políticas Setoriais, nos Anos 1, 2 e 3 (2014/2015/2016) o Amapá foi contemplado pelas chamadas públicas via Ancine, que juntas equivalem mais de 30 milhões de reais em investimentos para arranjos financeiros locais, sendo que não houve aporte de recursos dos governos como contrapartida, para critério de proporcionalidade nos critérios dos editais, retornando todos os recursos.
II Seminário do Audiovisual
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